Capítulo 67 - Instinto
Cena do filme "A Múmia - Tumba do Imperador Dragão" |
- YETIS? – A voz
de Taylor cortou o vento. – O QUE SÃO YETIS?
-
YETIS, OU ABOMINÁVEL HOMEM DAS NEVES, OU PÉ GRANDE, DEPENDE DO LUGAR DO MUNDO
EM QUE VOCÊ ESTÁ! – Mulan respondeu, estranhando o fato de Taylor tê-la ouvido
por sobre o vento, mas ignorou o fato. Havia coisas mais importantes com as
quais se preocupar.
Taylor
assentiu, estremecendo um pouco, não de frio, mas de medo. Mulan fez o mesmo.
Os
Yetis pararam a uma distância de dez metros do príncipe e da chinesa. Eles
bufavam e olhavam ameaçadoramente para os dois, prontos para atacar.
A
cena permaneceu parada por alguns instantes. Seria uma questão de quem atacaria
primeiro.
Os
sentidos do príncipe estavam muito aguçados. Taylor podia distinguir, mesmo com
o barulho do vento ao seu redor, as batidas de três corações. O de Mulan era o
que batia mais forte. Ele podia sentir o cheiro do medo dela, como também
sentia o cheiro da fome de morte dos dois Yetis.
Taylor
olhou para um deles e sustentou seu olhar. `Por um minuto, o Yeti pareceu
sorrir, e o príncipe sentiu o cheiro de sua satisfação, como se ele e Mulan
fossem um alvo fácil. Entretanto, algo estranho aconteceu logo em seguida.
O
faro de Taylor captou medo no Yeti. O príncipe não sabia, mas por um momento,
seus olhos haviam se transfigurado de castanhos para um dourado animalesco. E
foi quando o Yeti soube quem Taylor era de verdade.
Foi
quando ele sentiu medo.
E
foi quando ele atacou.
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A
ventania machucava as bochechas de Harry e Louis.
O
peso de Gandalf era enorme e eles faziam um grande esforço para transportá-lo
enquanto procuravam a caverna que lhes serviria de abrigo.
-
ONDE ESTÁ, LOUIS? – Harry berrou, desesperado. Ele estava preocupado com Mulan.
-
NÃO SEI! – Louis sabia da preocupação do amigo, mas não havia nada que pudesse
fazer enquanto eles não encontrassem o abrigo. – CONTINUE PROCURANDO.
Eles
estavam seguindo as orientações de Gandalf, mas o vento levantava a neve e
deixava difícil enxergar. Louis temia que já tivessem passado do local certo.
Eles
continuaram andando, a tensão e a agonia aumentando a cada segundo.
Foi
então que, de repente, Harry gritou, apontando um pouco mais à frente.
-
LOUIS! VEJA!
O
cavaleiro seguiu a direção que o dedo de Harry indicava e enxergou, fracamente,
a silhueta de uma abertura na lateral da montanha.
Só
podia ser aquilo.
Eles
apressaram o passo.
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Mulan
e Taylor já estavam com as espadas apontadas para os alvos quando os Yetis
ficaram frente a frente com eles.
Mulan
se esquivou por debaixo das pernas da enorme criatura e desferiu-lhe um corte
na nádega esquerda.
A
criatura urrou, virando-se depressa com as garras afiadas prontas para atingir
a chinesa, que se jogou no chão e rolou para trás.
Taylor
também conseguiu se desviar do primeiro golpe e acertar o outro Yeti na perna
direita. Alguns pingos avermelhados caíram na neve branca enquanto a criatura
se recompunha da dor que lhe fizera soltar um urro ensurdecedor.
O
Yeti logo se virou, acertando em cheio a espada de Taylor e lançando-a abismo
abaixo. Taylor então correu o mais depressa que pôde na direção oposta,
tentando pensar no que fazer.
Na
verdade, não havia o que fazer. A montanha tremia com as passadas largas do Yeti
que corria para alcança-lo e não havia arma ou qualquer coisa dura e pontiaguda
que o príncipe pudesse usar para se defender.
Por
isso ele fez algo que jamais teria feito se não soubesse que havia algo muito
errado com ele.
Taylor
virou-se e começou a correr na direção do Yeti que se aproximava cada vez mais
depressa.
Três...
Dois... Um...
O
Yeti viera com os braços esticados para frente para agarrar Taylor, e o
príncipe estava da mesma forma quando eles se chocaram, cada um contendo o
avanço do outro.
Os
punhos do Yeti se fecharam sobre os de Taylor, enfiando seus garras no pulso
dele.
Taylor
gritou de dor. Ou, pelo menos a princípio, parecera um grito. Ele escutou ecoar
pela montanha um urro que acabara de sair de sua boca. Mas nem ligou. Um surto
de adrenalina desceu por sua coluna e ele começou a empurrar o Yeti para trás.
O
Yeti se assustou, e começou a empurrar Taylor com mais força. Contudo, mesmo
com altura e peso superiores, a natureza não o fizera uma criatura tão forte
quanto a que Taylor estava se tornando.
Ele
urrou, e Taylor urrou de volta. Os olhos do príncipe estavam totalmente
dourados e, por baixo dos punhos do Yeti, garras começaram a crescer,
perfurando a carne da imensa criatura branca.
O
Yeti soltou o pior dos urros até aquele instante, e Taylor aproveitou seu
momento de instabilidade para empurrá-lo com ainda mais força até o final da
montanha.
Sem
ter tido chance de reagir, o Yeti simplesmente sentiu o vazio sob seus enormes
pés. Enquanto ele caía, soltou um grunhido angustiante.
Taylor
não conseguia raciocinar. Ao ver o Yeti caindo, ele sentiu uma imensa
satisfação. Ele havia desejado entrar na luta, e ela o deixara extasiado. Tinha
sido puramente instintivo.
Ele
tentava retornar ao normal e reorganizar o pensamento quando olho para o lado e
viu Mulan.
Ela
estava caída, se arrastando com dificuldade com uma das mãos enquanto a outra
segurava o abdome. Uma trilha vermelha ia se formando conforme ela se mexia.
Mais
à frente da chinesa, o Yeti havia acabado de se recompor de um ataque. A lâmina
de Mulan havia atravessado sua coxa esquerda. Ele quebrou a ponta da espada e
correu até ela, com muita dor, porém mais furioso do que nunca. Ele estava
prestes a mata-la.
Quando
os olhos de Taylor captaram essa imagem, ele de repente se esqueceu de quem era
e o que estava fazendo ali. Se alguém pudesse vê-lo naquele momento, teria se
assustado com seus dentes. Eles começaram a crescer e a ficar mais pontiagudos.
Os olhos, que haviam voltado ao normal durante alguns segundos, perderam todo o
traço de humanidade. Ele ainda tinha forma humana, mas não parecia um homem, e
menos ainda pareceu quando começou a correr na direção do Yeti e um rosnado
violento saiu de sua boca.
O
Yeti estava com as garras arreganhadas prestes a rasgar a primeira parte do
corpo de Mulan que encontrassem. A criatura, entretanto, virou-se assustada ao
escutar o rosnado de Taylor, que vinha em sua direção.
Um
segundo depois, os dois rolavam pelo chão, a neve se espalhando para todos os
lados, grunhidos ecoando pela montanha. Assim que conseguiu espaço, enquanto o
Yeti estava sobre ele, Taylor enfiou suas garras no centro do peito do monstro.
O
Yeti guinchou de dor e perdeu o apoio das mãos, afundando ainda mais seu peso
nas garras. Ele logo parou de se debater.
Taylor
– ou melhor dizendo, o que era Taylor naquele momento – o empurrou com força
para o lado e soltou um som estranho que sinalizava a vitória.
Ele
olhou para o lado, arfando, e viu a neve com o rastro de sangue de Mulan.
Naquele
momento, ele não era o nobre príncipe que costumava ser. Estava fora de si. E
foi por isso que o sangue atiçou ainda mais seu instinto predador.
Ele
começou a andar, meio arqueado, ao longo do rastro. Em seu rosto se projetavam
pelos e suas feições ficavam mais duras, mais animalescas.
Foi
então que ele viu o corpo da chinesa. Ela estava desmaiada. Havia perdido muito
sangue e o frio não havia ajudado. Presa fácil.
Ele
parou ao lado dela e levantou a garra da mão esquerda. Podia ouvi-la
respirando, e os batimentos de seu coração também. E aquele barulho o irritava.
Ele
desceu as garras, preparado para matar.
Mas
então, a trinta centímetros das costas de Mulan, ele parou. “Não!” – Algo em
sua cabeça gritava para ele. – “Ela é sua amiga!”
Começou
então uma outra luta. O lado humano versus
o lado animalesco do príncipe. Ele começou a rosnar e a uivar, e a girar para
todos os lados. Foi então que a parte humana de Taylor conseguiu uma vantagem.
A um comando de seu cérebro, as garras de Taylor se enfiaram em seu próprio abdome.
E
ele sentiu uma dor terrível.
E
a dor ativou seu lado humano.
Taylor
se ajoelhou na neve e levou primeiramente as mãos ao abdome, abraçando-o para
tentar conter a dor. Depois, contudo, algo muito pior para ele aconteceu em sua
cabeça.
O príncipe tapou
os ouvidos com a mão, sua mente em conflito interno. Ele parecia ouvir o
barulho que o mundo inteiro estava fazendo. Um barulho, que começou como um
urro e terminou como um grito, saiu de sua boca.
Taylor de
repente recobrou a consciência, como se tivesse acabado de acordar de um
pesadelo com um susto. Ele estava olhando para a neve do chão. O príncipe estava
suando, e se sentindo muito cansado.
Ele tentou se
levantar, cambaleando a princípio. Estava tonto, mas já não sentia nada nem na
cabeça e nem no abdome.
Ele olhou para
suas roupas. Estavam rasgadas onde ele se automutilara, mas não havia nenhum
ferimento. Ele olhou para seus dedos e viu sangue.
Então ele se
lembrou de Mulan.
Taylor correu até
ela e a virou. Ela estava tão fria que, se Taylor não pudesse a ouvir respirando,
ele pensaria que ela estava morta.
Taylor rasgou
um pedaço de sua própria capa e o enrolou no ferimento de Mulan. O Yeti a havia
arranhado de um lado a outro do abdome, e o sangue não parava de jorrar. Além
disso, a região da ferida estava cada vez mais roxa.
Taylor precisava
retirá-la dali, e o mais rápido possível.
Sem nenhum
esforço, ele pegou-a no colo, o cheiro de sangue deixando-o um pouco desnorteado.
Ele ignorou aquele instinto como pôde e começou a correr na direção para onde
Louis e Harry haviam levado Gandalf.
Ele correu
incrivelmente rápido. Estava se sentindo mais forte do que nunca. O frio não o
incomodava. E isso o assustava, assim como as coisas que acabara de fazer.
Ele tentara matar
Mulan! E matara dois Yetis, usando puramente força bruta. Ele precisava falar
com Gandalf o mais rápido possível. Não importava que Taylor tivesse de morrer.
Ele tinha ciência de que ser um... (Como era mesmo o nome? Ah, sim, lobisomem)
era perigoso, e era nobre o suficiente para reconhecer aquilo e morrer para
proteger a todos.
Todavia,
aquele não era o momento para se preocupar com ele. O que ele precisava fazer
era encontrar o abrigo.
E não demorou
muito para que avistasse Harry e Louis saindo de uma caverna, rumo ao local de
onde o haviam deixado com Mulan.
Taylor foi ao
encontro dos dois, o peso de uma vida em seus braços.
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Oi, gente, tudo bem?
Eu sei que só peço desculpas o tempo todo, mas eu estive
trabalhando muito em uma feira cultural, que finalmente passou. Antes e depois
dela, tive provas. Então me perdoem. Sei que falho muito, mas consegui um
espaço para escrever.
E então, gostaram?? Mal posso esperar pra postar o próximo.
Continuo com oito comments.
Bjs
Quer saber o que eu acho? Nenhuma fanfic é tão boa quanto a sua (só as minhas kkkkk). Nenhuma ideia é tão boan (só asbdo Tio Rick). PELO SANGUE DO OLIMPO! CONTINUA!
ResponderExcluirAcho que vc sabe quem é, mas, caso não saiba, eu sou a filha de Poseidon que vai pra Hogwarts para se tornar uma aprendiz do caça feitiço (tenho que ler outras séries de livros!)
Elena
MEU DEUS!!!!
ResponderExcluirEu volto morta de uma prova e tem esse cap lindo, que quase me mata!!!!!
Vale a pena esperar essa fic!!
Fala sério! Você não faz ideia como foram esses dias para mim... Terriveis, tantos trabalhos, provas e professores chatos! E finalmente, quando eu menos esperava, você finalmente posta um mega capítulo que me deixou completamente UAU!!! Eu amei! Juro, só espero que o proximo não demore muito!
ResponderExcluirBeijos!!!
Continuaaaaaa
ResponderExcluirCon
ResponderExcluirTi
ResponderExcluirNua
ResponderExcluirDesculpa comentar o continua assim, mas ninguém estava comentando e eu já tinha comentado, soo I'm sorry
ResponderExcluirMas, continuaa