Capítulo 37 – Dúvidas e Convicções
- Ei, pessoal,
olhem! – Pin apontou para o céu.
Estavam na
estrada havia duas horas. O sol estava escaldante. No céu, um pássaro grande
voava sobre a cabeça deles.
- É uma
coruja! – Disse Zayn.
- Sim, é uma
coruja! – Exclamou Pin, reconhecendo o animal. – É de Dumbledore!
Todos pararam
seus cavalos, e a coruja baixou aos poucos até pousar no braço estendido de
Pin. Trazia consigo uma carta e um recipiente cilíndrico preso entre as patas.
Pin pegou a
carta e começou a lê-la.
- O que diz
aí? – Perguntou Louis.
- Dumbledore
está nos mandando um pouco daquele chá que faz com que nós fiquemos ocultos a
qualquer criatura maligna. Ele terminou de prepara-lo há dois dias, tendo
começado desde a nossa partida. Vai nos manter ocultos por cinco dias
novamente.
- Que
maravilha! – Louis ficou feliz. – Isso garantirá que nossa viagem até o porto
seja totalmente segura. Esse é mais ou menos o tempo que levaremos para chegar
até lá.
Contentes,
eles fizeram uma pausa para almoçar, tomaram o chá e retomaram a viajem, já bem
tranquilos.
Louis seguia
na frente com Harry, Zayn e Niall no meio, e Liam e Pin atrás, conversando
calorosamente.
Harry
observou-os pelo canto do olho até Pin flagrar seu olhar. Sentindo-se
embaraçado, Harry agitou as rédeas de Twix e ficou lado a lado com Louis,
Cenoura e Kevin.
- O que foi
Harry? – perguntou o cavaleiro.
-
Vem cá, Louis, você não tá achando que o Liam tá muito íntimo do Pin desde que
saímos de Hamelin?
-
É normal, Harry. Liam salvou a vida dele. Além disso, ouvi dizer que os
chineses tem muita ligação com esse negócio de honra e dever a vida a alguém e
tals...
-
Ah, mas mesmo assim, eles tão esquisitos, cheios de segredinhos entre eles, não
desgrudam um do outro...
-
Tá com ciúme, Harry? – Louis fez biquinho. Zayn riu atrás dos dois. Niall
cochilava sentado.
-
Eu? Com ciúme de dois homens? Tá me estranhando, é?
-
Ah, sei lá, você me disse uma vez que achava as feições do Pin meio delicadas
pra serem de um homem, que a voz dele era estranhamente aguda e que ele tinha uns
trejeitos suspeitos... Dizem que é fácil um gay reconhecer outro...
-
Tá me chamando de gay, é?
-
Eu não disse nada, Harry, você disse. – E, com isso, ele riu. Zayn gargalhou
por trás. Era um excelente passatempo incomodar Harry.
-
Pois eu sei que esse chinês esconde alguma coisa e eu vou descobrir o que é! –
Disse Harry, estufando o peito, cheio de convicção.
-
Pois então o faça, meu amigo. E, quando descobrir que o único problemático é
você, nós voltaremos a falar no assunto.
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Quatro dias
mais tarde, eles chegaram ao porto.
O ar era
fresco e o cheiro de sal pinicava o nariz. Estava tudo uma bagunça. Pessoas que
desembarcavam, outras que embarcavam, pescadores descarregando produtos recém-pescados,
gritos de vendedores, uma algazarra geral.
- Nunca estive
no porto. – Comentou Niall.
- Nem eu. –
Disse Liam.
- Acho que
nenhum de nós nunca esteve... – Concluiu Louis.
- Eu já! –
Harry sorriu malicioso. – Eu fiquei com a filha de um pescador por um tempo...
Todos
reviraram os olhos.
- Tá bom,
Harry, chega de casos românticos que deram errado... – Zayn bateu no ombro do
amigo, que ficou meio emburrado. – Agora, vamos à parte importante, afinal,
perdemos mais tempo que o necessário em Hamelin e o tempo é nosso aliado
precioso. Não sabemos nem se a princesa ainda está... – Ele parou de repente,
percebendo que tocava num assunto muito delicado, e talvez não com a delicadeza
necessária.
- Viva? –
Louis completou, a voz baixa e triste.
Caiu sobre
eles uma tensão angustiante.
- Desculpe
Louis, não foi isso que eu quis dizer... – Zayn corou de vergonha.
- Tudo bem...
– Louis baixou os olhos, fitando o chão. – Talvez você tenha razão. Nenhum de
nós sabe se ela ainda está viva, e seria mentira negarmos ninguém pensou nisso
durante esse tempo todo em que estamos avançando.
- Eu acho que
ela está viva, sim. – Disse Pin. – Flack precisa dela viva para atrair o rapaz
da profecia e tentar assassiná-lo no meio do caminho.
- Mas isso
pode ser apenas um truque. Ela já pode ter matado Eleanor e estar blefando.
Aliás, ela não poderia estar blefando, pois nunca disse a ninguém que deixaria
a princesa viva. Nós é que supomos isso. – Liam raciocinou, quebrando a teoria
de Pin.
Todos
suspiraram.
- Talvez esse
seja um resgate sem volta. – Louis disse. – Rapazes, vocês têm me acompanhado
até aqui e têm sido indispensáveis à nossa missão. Contudo, eu não posso mais
deixar que se arrisquem por uma guerra que é apenas minha. Estão livres para
ir, se quiserem. Prometo que cumprirei a minha palavra e, se eu voltar vivo,
garantirei que todos sejam consagrados cavaleiros de Cowell, como vocês
desejam.
- Louis... –
Niall pôs a mão em seu ombro.
- Não, Niall,
é verdade. Vocês não têm nada a ver com isso. Vocês têm uma família, um futuro
pela frente. Ainda estão para se apaixonar por alguém! Seria egoísta que eu os
obrigasse a ir a uma missão onde as possiblidades de sobrevivência e regresso
são mínimas.
- Você se
esquece de que não está nos obrigando a nada. – Disse Pin. – Estamos todos aqui
por livre e espontânea vontade.
- E, deixe-me
lembra-lo, eu estou aqui porque quero tentar
arranjar uma terra para meu povo. Lamento ser indelicado, mas minha motivação
não tem nada a ver com sua princesa, meu amigo, apenas com uma dívida que, caso
saiamos vivos daqui, espero ter quitada pelo rei de teu reino. – Zayn disse,
sério.
- E eu, porque
sempre quis batalhar como meu bisavô o fez na época da caçada das bruxas. Está
no meu sangue. Nunca me agradou a perspectiva de trabalhar a vida inteira
arando a terra. – Falou Liam.
- Concordo! –
Disse Niall. – Eu nunca me dei bem como ferreiro... Só atrapalhava meu pai na
oficina. Era um deslocado, e agora sinto que encontrei o meu lugar.
- Não preciso
nem mencionar que eu era um vagabundo conquistador sem perspectiva de ser
alguma coisa na vida. – Harry comentou. – Com vocês, eu ganhei algo pelo que
viver, e mais importante ainda, amizades verdadeiras. Não me arrependo de minha
decisão. Prefiro viver uma vida curta e feliz a viver eternamente na miséria,
obscuridade e negligência.
- Além disso,
Louis, nós somos parte de uma profecia. Todos nós. Um precisa do outro. Se não
estivermos juntos nessa missão, a profecia não irá se cumprir. – Disse Liam.
- E então você
nunca conseguirá salvar a princesa. E, ainda mais, se Flack não for derrotada,
não seremos apenas nós ou a princesa que morreremos. Você não se lembra? A
profecia foi lançada porque Caroline estava adquirindo forças o suficiente para
desequilibrar o poder do bem e do mal na natureza. Se ela não for impedida, o mundo estará em perigo. Não se trata
apenas de nós, um grupo restrito, mas de uma missão de proporção tamanha que
vai decidir o rumo do futuro da humanidade. – Niall exaltou-se.
Louis observou-os.
Todos. Era bem verdade o que eles diziam.
Apesar de
todos os argumentos usados por seus amigos
– sim, ele sentia a amizade entre eles nas veias – Louis estava dividido entre
dois sentimentos: O primeiro, de se sentir culpado pela inclusão de todos em
suas artimanhas. O segundo, de alívio por perceber que não seria abandonado.
Contudo, ainda
assim ele tinha de ter bom senso. Teimava que não poderia ser mais acompanhado.
Sabia que os rapazes já haviam querido desistir diversas vezes. Era visível nos
olhos de cada um, em alguns momentos. Entretanto, cada dia um vigor renovado
surgia no íntimo de cada um. Todos sabiam que poderiam morrer. Mas morrer
defendendo as pessoas, defendendo o mundo, fazendo parte de uma causa tão
importante, era mais do que um incentivo para que aqueles seis jovens se
arriscassem, além dos motivos pessoais de cada um, claro. A honra que traria a
morte como um guerreiro era tudo o que um homem poderia buscar, mesmo não sendo
um cavaleiro. Por muito menos do que os objetivos deles, homens haviam batalhado
por séculos, movidos pela ambição, pela ganância, pela curiosidade e, alguns
até diziam, por “Deus”.
Eles não
deixariam que Louis os afastasse.
Como se não
bastassem, então, todos aqueles motivos para seguirem com seus planos
originais, dois mercadores passaram por eles, falando alto, atraindo a atenção
para sua conversa:
- Você ouviu,
George, que Vossa Majestade, o Rei de Glower, mandou reforçar triplamente a
segurança de seu castelo? – Falou um deles.
- Sim, eu
ouvi!!! Mas por quê, Daniel?
- Parece-me
que foi emitido um comunidado urgente do reino de Cynder. As duas princesas, Gabriela
e Natália, filhas de Cinderela, foram sequestradas. Isso foi há três dias. Os reinos
estão em um pandemônio. Primeiro, a princesa Eleanor, de Cowell, e agora as
duas princesas de Cynder.
- Minha nossa!
E devemos atribuir o sequestro a...?
- Não houve
confirmação, mas tenho um primo que trabalha no castelo de Glower. Ele veio nos
visitar ontem, e parece que o castelo está tantando se armar eficientemente
contra... bruxas...
Nada mais foi
ouvido pelos seis amigos. Niall e Liam ficaram mais brancos que uma nuvem. Eles
se entreolharam.
- Não... –
Liam levou a mão aos lábios. – Não pode ser!
- O que Flack
poderia querer com elas?! – Niall quase berrou, desesperado.
Louis viu os rostos dos companheiros. Agora ele
realmente não poderia impedi-los de continuar na missão.
Pin
manifestou-se:
- Algo me diz
que não foi Flack quem sequestrou as duas princesas.
Todos olharam
para o chinês.
- Vocês se
lembram de quando eu lhes contei sobre o ataque?
- Sim, é
claro! – Louis disse.
- Então, quem
foi a bruxa que me atacou?
- Taylor. –
Disse Liam. Ele havia visto com seus próprios olhos.
- Exato. E
Taylor me achou porque sentiu o cheiro das armas de Zayn. Ela rastreou o cheiro
dele porque estava com sua bota. A
bota que Zayn perdeu no baile no castelo de Cynder.
Liam
compreendeu tudo.
- Minha nossa!
É verdade. Tudo faz sentido agora. Taylor nos viu dançando com as princesas!
Por isso as pegou!
- Não. – Zayn discordou.
– Estávamos invisíveis, lembram-se? Estávamos sob efeito do chá de Dumbledore,
como estamos agora. Taylor é má, ela não poderia ter-nos visto.
- Mas Liam e
Niall dançaram com as princesas. Se Taylor estivesse lá - e ela estava, senão
não teria conseguido a bota – ela teria enxergado as princesas dançando, mas
não enxergado seus pares. Assim, ela foi atrás de nosso rastro, para descobrir
quem éramos, e conseguiu, pelo que vislumbrei em seus olhos naquela noite.
Contudo... – Pin continuou raciocinando. – Ela fracassou quando me interceptou
na floresta, graças a Liam. Ela sabe que temos armas poderosas contra ela. Além
disso, não está conseguindo nos rastrear, pois estamos invisíveis a ela e,
mesmo seguindo nosso cheiro, ela não nos encontra em lugar nenhum. Por isso, e
corrijam-me se isso for muito absurdo, acredito que ela sequestrou as
princesas. É uma maneira de nos atrair até ela. Assim, ela não precisa
procurar, apenas esperar. E, quando chegarmos até ela, a maldita estará
preparada, em sua zona de conforto, pronta para atacar.
- Sim, isso
faz todo o sentido. Ela sabe quem somos agora. Já a machucamos duas vezes. É
bem provável que queira se vingar de nós. – Conjecturou Louis.
- Isso sem
considerar que ela seja aliada de Flack. – Disse Harry. – Sendo assim, ela
estaria nos colocando em uma situação ainda mais arriscada do que a que nos
encontramos. Estamos numa corda bamba. Ou vamos ou vamos.
- Nós
precisamos resgatá-las! Afinal, se não fosse por nós, elas não estariam nessa
furada. – Liam de repente sentiu um pouco da dor de Louis. Niall sentia o
mesmo. Mesmo pelo pouco que eles haviam ficado com as princesas, um sentimento
nascera ali.
- Mas como ir
atrás? Taylor vai estar nos esperando, e provavelmente estaremos mortos antes
de vermos Gabriela e Natália. Mas, mesmo
desconsiderando os pessimismos, como faremos para encontrar Taylor? – Niall perguntou.
- Se Taylor
quer que vamos atrás dela, ela tem de ter deixado uma pista de onde a
encontrar. – Pin disse.
- Mas que
pista ela poderia ter deixado? E como?
- A melhor
maneira de descobrir isso é ouvindo mais boatos. – Louis tomou a dianteira. –
Façamos o seguinte: Vamos nos dividir. Zayn e Niall, vocês procurem aqueles
dois homens que ouvimos conversar. Um deles tem informações de primeira mão,
pois tem um parente que trabalha no castelo de Glower. Ele deve saber de mais
alguma coisa que possa ser relevante para nós. Pin e Liam, vocês dois vão
tentar encontrar a orcrux que está aqui no porto, antes que ela parta para a
Irlanda. Lembram-se? Esse é o ponto que está sempre se mexendo. Por isso, é
provável que esteja em um barco. De acordo com o mapa, como você checou hoje de
manhã Liam, o objeto ainda está aqui no porto, confere?
- Sim, Louis. –
Liam confirmou.
- Ótimo. Procurem
entre os barcos ancorados. Você está com o medalhão, não é, Liam? – Quando Liam
confirmou novamente, Louis prosseguiu. – Enquanto isso, eu e Harry vamos
encontrar um navio veloz que nos leve daqui até a costa irlandesa. Vamos lá!
E, com isso,
cada um foi realizar a tarefa para a qual havia sido designado.
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Oi gente, td bem?
Bom, eu sei que prometi a aparição dos três príncipes nesse capítulo, contudo, andei fazendo algumas modificações para tentar atender à sugestão de todos. Lembram-se que eu estou dividindo os caps.? Eu ainda estou escrevendo esse cap., e já estão dando dez páginas, então realmente tenho que dividí-lo. Os três príncipes já apareceram, mas estão mais para o final do meu cap. gigante aqui. Então, se vocês estão curiosos, comentem oito vezes para que eu poste o próximo.
Ah, e a minha próxima postagem vai contar também com a pedida reaparição da Eleanor, ok?
Bjs
Elissa
Gente, que cap mais foda hahahaha
ResponderExcluirNao é por que meu nome esta ai que ue gostei hahaha
Eu li esse cap no meio de aula de matematica e quando meu nome apareceu eu juro que gargalhei, todo mundo olhou para mim.
Queria saber quando é que voce vai postar o proximo hhahahaha
continue logo :)
kkkkk Mas que situação, hein, não gosto de chamar a tenção de todo mundo, ainda mais no meio da aula huashhuashhuash
ExcluirObrigada *----*
Já vou postar o próximo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO comentario acima foi errado hahahahha
ResponderExcluirFaltou coisa para escrever,
bom eu sei que eu ja comentei mais me veio uma duvida na cabeça.
Como que o rei Simon esta?
eu sei que deve ser chato e tal, mas eu queria saber como o rei Simon e as familias dos meninos, Liam e Niall, estao.
Tudo bem que a historia nao é sobre as pessoas que ficaram par atras e tal, mas tipo assim, as irmas do Liam simplesmente ficaram bem sozinhas? os pais de Niall nao lembraram de nada? Simon nao mandou mais ninguem attras de princesa.
Eu lembrei disso quando eu fui reler o cap, me vei essa duvida e eu achei interessante perguntar.
Bom, é isso kkkkkk Nao vou te irritar mais nesse cap hahaha, só nos proximos :)
Humm.... Pode ser interessante eu falar sobre isso. Vou procurar uma brecha pra ver se eu consigo encaixar algo assim, ok?
ExcluirBom, eu amo sua fic, simplesmente fodastica hahah
ResponderExcluirLi ela inteira e dois dias :)
Mas vou ser sincera, acho que vc devia pedir menos comentarios...
Obrigada :) *-----*
Excluirkkkk Eu sei que peço muito, é que os comentários me dão tempo pra escrever e fazer algumas finalizações nos próximos caps a serem publicados :(
Vou tentar pedir menos, afinal, estou adiantada
Bjs
Continua! Eu acho tão incrível a atenção vc da as leitoras... Tipo, a estória está demais e talvez até pronta na sua cabeça mas mesmo assim vc faz essas pequenas mudanças que o povo pede! Mas enfim, tá prefeito de qualquer geito e minha curiosidade só aumenta!! Continua logo!! Haha tu não existe...
ResponderExcluirkkkk Obrigada, vc é muito gentil :)
ExcluirJá estou postando o próximo cap. *--*