Capítulo 25 – Eu Acredito em Fadas
Meu
caro Louis,
A criatura que vocês tiveram a infelicidade de
encontrar é Sméagol, como vocês já bem sabem. Um dia, Sméagol foi um homem. O
horror que vocês podem ver hoje é o que restou daquele homem. Ele, em histórias
passadas, foi portador do anel que lhes dei: a orcrux. Lembra-se que eu disse que o anel era mal? Pois bem,
Sméagol só é o que é hoje por causa da orcrux.
Ela o consumiu, o dominou, Louis. Por isso, aviso mais uma vez: Cuidado com
ela. Jamais deixe alguém carrega-la consigo por mais de um dia.
Quanto ao chá... Vocês ainda estarão invisíveis
por mais um dia. Sméagol viu vocês, porque não é uma criatura nem do bem, nem
do mal. Ele é um mistério dentro de si mesmo, cuja pior parte de si foi trazida
à tona pelo anel, ao mesmo tempo em que a parte boa ainda permanece.
Não estou certo quanto ao que devem fazer com ele.
Acho que a melhor opção seria encontrar um local para prendê-lo, onde haja
condições para sua sobrevivência, e ir embora.
Espero que isso os ajude.
Boa sorte,
Dumbledore
Louis terminou
de ler a carta e olhou para cima. Deu de cara com cinco pares de olhos
curiosos.
-- Então, o
que diz aí?! – Quis saber Harry, ansioso.
-- Bom... –
Louis começou. – Aquela coisa feia já foi um homem. – Louis apontou para
Sméagol, que estava desacordado, após Pin dar uma poção do sono para ele beber.
Fora difícil fazer com que ele engolisse, mas eles conseguiram. Pin levava-o
amarrado em seu colo, no lombo de Khan.
Ninguém
acreditou que Sméagol já tivesse sido um homem. Louis terminou de contar a
carta de Dumbledore, e Harry automaticamente tirou a corrente com a orcrux de
si e a deu para Zayn, que a colocou no pescoço.
-- E onde
vamos encontrar um lugar para deixa-lo? – Indagou Niall.
-- Eu estava
pensando em alguma caverna... Sei lá. – Pensou Louis. – Mas acho que, primeiro,
teremos que ficar com ele ainda um pouquinho.
– Louis olhou feio para Sméagol. Seu braço, onde levara um dentada,
ainda doía, mesmo depois de Pin ter passado um remédio que trouxera e atado o
ferimento com algumas bandagens.
-- Ei,
pessoal! – Chamou Liam. – Olhem!
Todos olharam
na direção a qual Liam apontava. Estavam chegando a Cinder. Podiam ver, a alguns
metros, os portões de entrada do reino. Na realidade, eram três portões
cercados por muros, para poder entrar na cidade.
- Nossa, por
que tantos portões? – Perguntou Harry.
- É para
proteção. Aqui não é apenas a entrada para o reino de Cinder. Também é a
entrada para a capital do Reino, Crystal.
- Ahnnnnn...
- E,
aparentemente... – Liam pegou o mapa das orcruxes novamente. – É aqui que está
a primeira orcrux que devemos procurar. – Depois, Liam pegou o medalhão que
Dumbledore lhes dera para encontrar o objeto que continha o feitiço da orcrux,
colocando-o no pescoço embaixo da blusa.
- Er... Pin...
– Quis saber Louis. – Você não teria algum saco grande com você aí, teria?
Meia hora
depois, eles estavam na movimentada capital, com Sméagol escondido dentro de um
saco de batatas.
A cidade era
um espetáculo. As ruas eram todas calçadas de paralelepípedos, algo considerado
um grande avanço para a época. O movimento era enorme: Carroças, cavalos,
feiras, milhares de lojas, estalagens, homens passando às pressas, mulheres
cochichando umas com as outras...
- Acho que vou
gostar daqui... – Sorriu Harry, acenando para uma bela jovem, que corou, deu
risadinhas e foi embora.
Louis puxou o
companheiro pela orelha.
- Deixe as
garotas em paz, Harry. – Repreendeu-o.
Não muito
longe dali, erguia-se, imponente, um belíssimo castelo.
- Quem são os
governantes desse país? – Quis saber
Niall.
Pin respondeu,
num átimo:
- São a rainha
Cinderela e seu marido, Rei Azul. Vocês já devem ter ouvido a história dela...
Madrasta má... Fada madrinha... Sapatinho de Cristal... Meia-noite...
- Já. – Os
meninos responderam em uníssono.
- Mas por
Deus! Quem nessa terra se chama “Azul”? – Berrou Harry.
Todos
ignoraram Harry.
- Então... O
que fazemos? – Perguntou Liam.
- Acho melhor
procurarmos uma estalagem para ficar. – Sugeriu Niall.
Todos
concordaram. Porém, houve um problema. Havia várias estalagens na cidade, todas
elas de primeira linha, porém nenhuma tinha um quarto disponível sequer. Na
sétima estalagem lotada, Louis teve a coragem de perguntar:
- Mas por que
parece que o mundo está hospedado aqui?!
A agradável
dona da estalagem respondeu:
- Desculpe,
meu querido, mas é que esta noite haverá um baile especial no castelo. É o
aniversário de quinze anos da princesa Gabriela, e nobres de muitos reinos
estão aqui para a comemoração. Todas as
estalagens estão lotadas.
Louis bufou e
saiu da estalagem. Explicou a situação aos colegas.
- O que
faremos, então? – Era Zayn.
- Vejam! –
Antes que alguém pudesse responder, Niall apontou para o peito de Liam. O
medalhão por baixo da camisa do fazendeiro mostrava um brilho esverdeado bem
fraco, e depois se apagava.
- É! Com
certeza estamos no local certo! – Harry ficou animado.
- Mas como
vamos procurar se não encontramos nenhum lugar para ficar? – Zayn estava
preocupado.
- Talvez se
acharmos a orcrux depressa, possamos ir embora ainda esta noite e acampar perto
de alguma uma estrada. – Sugeriu Niall.
Todos acharam
a ideia excelente, e começaram a caminhar pela cidade com os seus cavalos. A
luz aumentava de intensidade a cada metro, piscando em intervalos cada vez maiores.
Por fim, a luz
estava tão forte e demorando tanto a piscar, que eles concluíram que deveriam
estar muito perto da orcrux. Quando olharam em volta, porém, viram-se bem
diante do castelo de Crystal.
- Vocês acham
que a orcrux está lá dentro? – Harry manifestou o pensamento de todos.
Se a orcrux
estivesse dentro do suntuoso palácio que se erguia diante dos seis viajantes,
eles teriam um sério problema. Liam se afastou do castelo a fim de tentar
descobrir se a orcrux não estava em uma das lojas próximas do palácio. Porém,
quanto mais se afastava, menos brilhante ficava a pedra do medalhão.
Voltou para
junto dos companheiros:
- Só pode
estar lá dentro. – Concluiu, desanimado.
- E agora?
Como vamos fazer pra encontra-la? – Perguntou Niall.
Eles pararam e
pensaram por um momento. Zayn quebrou o silêncio.
- Bom, não vai
haver um baile no castelo, esta noite?
- Sim. –
Confirmou Louis.
Zayn
continuou:
- Se houvesse
uma maneira de conseguirmos alguns convites...
- Zayn tem
razão... – Concordou Louis. – Mas como faremos para conseguir convites? E como
conseguiremos roupas adequadas para um baile?
Harry coçou o
queixo. Zayn, a cabeça. Niall se apoiou em seu cavalo. Liam ficou olhando do
medalhão para o castelo. Pin encarava o horizonte, a expressão indecifrável.
Louis, por fim...
- Tive uma
ideia! – Exclamou, de repente. – E se... – Louis olhou para um volume que
estava imóvel sobre o lombo de Khan.
Quando todos
entenderam o que ele queria dizer, vieram as repreensões:
- Ah, não! –
Disse Niall.
- Sem chance! –
Liam.
- Não dá pra
confiar! – Zayn.
- Você
enlouqueceu. – Harry.
Louis olhou
para Pin, esperando que ele também brigasse. No entanto...
- Acho que é a
melhor das nossas opções. – Pin disse, e Louis abriu um sorriso de orelha a
orelha.
- Quê?! –
Exclamou Harry. – Enlouqueceu, Pin?!
- Não... – O chinês
respondeu. – Só acho que seria uma boa ideia.
- Mas e se ele
fugir?! – Falou Zayn, preocupado.
- É um risco
que correremos, apesar de eu achar que ele não irá fugir. – Respondeu Pin.
- E por que
não fugiria, hein? – Harry fez uma careta de “nossa, como você é burro”.
Pin ignorou Harry
e respondeu num tom de indiferença.
- É porque
existe algo conosco que ele não vai querer deixar para trás.
Harry bufou,
pois percebeu que Pin fora mais esperto que ele. Pin sorriu, glorioso diante da
cara emburrada de Harry.
- Aliás... –
Disse Louis. – Ele não só quer algo que nós temos, como também o terá!
- Como assim? –
perguntou Liam.
- Rapazes, eu
tenho um plano! Nós vamos matar dois coelhos com uma cajadada.
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Sméagol
acordou com um balde de água na cara. A criatura tentou avançar em alguém, mas
ainda estava amarrada, com o corpo recostado em um tronco de árvore.
Louis, que
segurava o balde com água, ajoelhou-se perto do bicho, que emanava ódio por
todos os seus poros. Sua expressão era ameaçadora.
- Tá bom,
bichinho. – Começou Louis. – Você vai me
ouvir e ficar quietinho até eu terminar. Também vai responder a todas as minhas
perguntas.
Eles estavam
acampados em um bosque que circundava a lateral dos altíssimos muros do palácio.
Ali, estavam escondidos e ninguém os incomodaria.
Louis começou
a perguntar. Atrás dele, Zayn segurava uma flecha já apontada para Sméagol e
Pin se esgueirava com sua espada.
- Sabe
escalar?
Sméagol
balançou a cabeça, confirmando.
- Sabe se
esgueirar pelos locais sem ser visto?
Sméagol
confirmou novamente.
- Ótimo. Então
você vai entrar dentro do castelo que está além dessas árvores e vai roubar seis
convites para um baile que haverá esta noite.
Sméagol sorriu
malignamente.
- Por que acha
que a gente vai fazer isso pra você?
- Porque... –
Louis se levantou e foi até Zayn, tirando a corrente de baixo de sua blusa e
mostrando o anel para Sméagol, que arregalou os olhos. – Se você trouxer os
convites para mim, nós vamos te dar o que você tanto quer.
Sméagol
pareceu esperançoso por um momento, quase humano. Louis teria sentido pena
dele, se o sorriso não tivesse durado puco, sendo substituído por um expressão
de ódio novamente.
- Gollum!
Gollum! Mentiroso! Você não vai dar o anel pra gente. Você não vai dar...
- Dou-lhe a
minha palavra! – Garantiu Louis. – Liam!
Liam foi até a
corda e desamarrou-a, correndo para longe de Sméagol o mais depressa possível.
Sméagol ficou
um tempo parado, ainda, olhando desconfiado para todos. Ele grunhiu e correu
por entre as árvores.
- Você acha
que ele vai trazer os convites? – Liam estava receoso.
- Pois eu
tenho certeza. E, quando ele voltar, daremos um anel falso para ele e Sméagol finalmente
irá embora. Nos livraremos de dois problemas de uma vez só. – Respondeu Louis.
- E onde você
vai arranjar um anel falso? – Perguntou Zayn.
- Bom, eu vou
dar um pulinho no comércio e encontrar uma joalheria. É um anel comum, não vai
ser difícil achar um igual. Você me acompanha, Zayn?
Zayn
concordou.
-
Aproveitando, passaremos em um alfaiate para comprarmos roupas de gala para nós
seis, ok, rapazes. – E, dizendo isso, Louis desapareceu com Zayn, rumo ao
comércio da cidade. Era por volta das três horas da tarde.
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Lá pelas cinco
e meia, Zayn e Louis voltaram.
- E então... –
Louis estava curioso. – O monstrinho já voltou?
Harry, Pin,
Liam e Niall balançaram a cabeça negativamente, desanimados.
- Nem sinal
dele. – Comentou Liam.
Louis
suspirou. Começava a duvidar se realmente deveria ter confiado em Sméagol.
- Mas... – Harry
interrompeu os pensamentos de Louis. – Conseguiram o anel e as roupas.
Foi a vez de
Zayn suspirar.
- O anel foi
fácil... – Ele disse, falando bem baixo a palavra anel. – Custou um pouco caro,
mas Louis tinha dinheiro suficiente. O problema foram as roupas... Todas as
alfaiatarias estavam abarrotadas de trabalhadores, dando os últimos retoques em
peças que serão usadas no baile desta noite. Não havia uma peça disponível nem
um único trabalhador sequer para ajudar. Procuramos em outras lojas, mas como o
baile é hoje, cobraram preços pelos quais não poderíamos pagar...
Zayn foi
interrompido por um farfalhar de folhas de um arbusto a sua direita. Dali,
depois de alguns segundos, apareceu Sméagol. Ele estava com um expressão
desconfiada no rosto, ainda, mas também cansada. Tinha dois envelopes nas mãos.
O que quer que tivesse feito para conseguir aqueles papéis, não tinha sido
fácil.
Ele jogou os
envelopes no chão, que Niall rapidamente pegou e abriu. Eram dois convites.
- Mas... –
Niall disse, olhando dos convites para Sméagol e de Sméagol para seus colegas. –
Só tem dois...
Sméagol olhou
com raiva para Niall.
- Foi só o que
a gente conseguiu. Muitos guardas tomavam conta do palácio... Muitos... Eles
quase pegaram a gente... – Ele sorriu diabolicamente. – Mas a gente foi mais
esperto... Pegamos os dois envelopes e eles nem perceberam...
Sméagol riu. A
risada dele causou calafrios em todos. Depois, de repente, como se tivesse se
lembrado, ele grunhiu e olhou feio para todos novamente.
- A gente quer
o combinado, agora...
Louis balançou
a cabeça para Zayn, que tirou a corrente com o anel do pescoço e a jogou para
Sméagol. A criaturinha, por sua vez, pegou a corrente e saiu correndo,
gritando:
- PRECIOSO!
PRECIOSO! É NOSSO! É NOSSO!
Os rapazes
ficaram olhando na direção para onde o bicho tinha ido, até perderem-no de
vista e não ouvirem mais nada. Foi quando Louis tirou de baixo de sua própria
roupa a corrente com o anel verdadeiro e sorriu, guardando-a rapidamente.
- Ok. Dois
problemas resolvidos. – Disse Harry.
- É... Mas... –
Niall falou. – Ainda temos um problema maior: O baile vai acontecer daqui a
aproximadamente uma hora e meia, segundo o convite, e não temos roupa para
entrar!
Todos ficaram
pensativos novamente. Não havia mais o que fazer. O dia já ia escurecendo, e
não tinha nenhuma maneira deles entrarem no castelo para procurar a orcrux.
Com ou sem convite, nada podia ser feito.
- Ai, ai... –
Harry começou a falar, tristonho, sentando-se no chão. – Queria que acontecesse
que nem na história da Cinderela... Uma fada-madrinha podia aparecer, dar
roupas pra gente, e tudo estaria resolvido.
- Harry! – Pin
exclamou. – Você é um gênio!
- Eu sou?
- Ele é? –
Todos perguntaram em uníssono.
- Sim! – Pin começou
a explicar. – Se Cinderela precisava de uma fada e ela apareceu, tudo o que
temos que fazer é precisar de uma fada também!
- Mas nós já
precisamos! – Falou, em tom de deboche, Harry.
- Então nós
temos de chama-la! – Raciocinou Pin.
- Como? –
Indagou Liam.
- Parem de
baboseira! – era Harry novamente. – Fadas não existem!
- Shhh! – Pin brigou.
– Fadas só aparecem para quem acredita nelas. Temos que acreditar.
- Mas a
Cinderela nem tava chamando uma fada na história... – Disse Niall.
- E você acha
que toda história é verdadeira? Se eu pedir pra cada um de nós contarmos a
história da Cinderela, cada um contará de um jeito diferente. É típico da
tradição oral.
- Então, tá.
Como chama-la? – Louis retomou a pergunta de Liam.
Pin comprimiu
os lábios, pensativo. Depois, começou a falar:
- Eu acredito
em fadas. Acredito, acredito.
Todos olharam
estranhamente para o chinês. Pin repetiu a frase, balançando as mãos numa indicação
de que deveriam fazer igual.
- Eu acredito
em fadas. Acredito, acredito.
Os meninos
começaram a repetir, com ele.
- Eu acredito
em fadas. Acredito, acredito.
Pin
chegou perto de Niall e Harry e segurou suas mãos, fechando os olhos. Os demais
correram até eles, agarraram suas mãos e fecharam um círculo, cerrando seus olhos logo em seguida. O sol já havia quase desaparecido, e o ambiente estava
sendo iluminado por uma pequena fogueira que Niall acendera alguns minutos
antes de Zayn e Louis voltarem.
De
olhos fechados, eles subiram o tom da frase:
- EU ACREDITO
EM FADAS. ACREDITO, ACREDITO.
E continuaram
falando, com tal convicção que era assombrosa. Até que chegaram ao ápice:
- EU
ACREDITO EM FADAS. ACREDITO, ACREDITO.
E então, ao
terminarem de pronunciar a frase, um vento forte soprou, vindo de cima,
apagando a fogueira e jogando todos os rapazes no chão. Eles abriram os olhos,
e tudo estava escuro, agora que a fogueira se apagara, a não ser... A não ser
algo que descia do céu.
No início, pensaram
que eram as estrelas. Porém, algo que parecia glitter mágico descia na direção deles. E, quanto mais perto do
chão chegava, mais denso aquele glitter
ficava, até que começou a se unir e tomar forma.
Um jorro de
luz tomou conta do ambiente, cegando os cinco heróis que estavam no local.
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E aí pessoal? Gostando?
Continuo com dois comentários.
Bjs
Elissa
Onwt, que fofo, eu tambem acredito em fada muhahahahhaha, so me falta um baile para rir hahah, parei. Cara, eu vi seus desenhos, voce desenha muito bem :)
ResponderExcluirContinua! Estou muito curiosa!
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