quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Capítulo 72 – Um corpo que cai

Capítulo 72 – Um corpo que cai

Mulan grudou contra a parede do castelo.
Havia sido por pouco: se Harry a tivesse visto, ela estaria perdida. Entretanto, ela ainda precisava se afastar, pois estava perigosamente perto da porta de entrada e só não conseguia ouvir seus amigos devido ao forte rugido do vento.
Ela novamente pôs a mão em seu abdome, a dor retornando com vigor total diante do frio. Agarrando-se melhor ao seu casaco, Mulan tomou seu caminho, andando com dificuldade pelo vento rumo a algumas árvores ao norte, nas quais conseguiria se abrigar tanto da fúria da natureza quanto dos olhos de Harry.
Ela tinha de ser rápida, mas a nevasca estava intensa demais, ameaçando congelar-lhe os ossos. Subitamente, ela escorregou e caiu na neve, sendo arrastada pelo vendavam alguns metros para trás antes de conseguir firmar-se.
“Não!”, ela pensava, mas estava cansada demais, de modo que seu corpo apenas conseguia focar em se proteger do frio e do castigo do vento.
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– Pare a tempestade! – Harry pediu a Jack Frost. – Por favor! Ela não pode enfrentar isso sozinha, fraca do jeito que está.
Jack olhou para ele alguns instantes, captando toda a preocupação do mundo em seus olhos.
Subitamente, com um gesto da mão, a ventania começou a diminuir.
Harry imediatamente correu para a entrada.
– Espere! – Elsa gritou.
– Eu não vou esperar! – ele falou. – Preciso ir atrás dela!
– Isso não faz sentido nenhum. – ponderou Louis. – Porque ela fugiria assim?
– Alguma coisa deve estar errada. – Taylor respondeu, a expressão séria.
– Exatamente. – falou Harry. – E eu vou descobrir o que é.
– Espere! – Elsa falou novamente.
– Madame, eu sinto muito, mas... – Harry começou a falar, mas Elsa mexeu as mãos e um brilho azulado envolveu o rapaz, transformando suas roupas.
Subitamente, Harry estava vestido com roupas quentes e fofas apropriadas para andar na neve.
Sorrindo, ele dirigiu um olhar de agradecimento a Elsa antes de sair correndo pela porta da frente.
Louis e Taylor se entreolharam, depois olharam para Elsa.
Com um estalo de dedos, a rainha de gelo os fez ficar adequadamente vestidos para sair no frio.
– Obrigado! – ambos agradeceram, correndo também para a entrada.
– Calma lá, cavalheiros! – Jack os chamou.
Na porta, Louis e Taylor se viraram.
– Vamos pegar uma carona? – Jack perguntou, sorrindo.
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Subitamente, a nevasca parou e a tempestade cessou. Mulan aproveitou a deixa para levantar rapidamente, sem perder nenhum segundo sequer.
Em seguida, ela começou a correr na direção das árvores. Em cerca de dois quilômetros, ela chegaria até a pequena inclinação que desembocava na floresta de coníferas, onde poderia parar alguns instantes para pensar no que fazer para deter aquele maldito duende.
A chinesa já se levantava quando ouviu uma voz não tão distante quanto ela gostaria.
– Mulan! – era Harry.
Com forças redobradas, ela nem percebeu quando começou a correr desesperadamente para frente. A adrenalina encobriu momentaneamente sua dor e ela disparou rumo às árvores, as botas escorregando na neve e tornando a subida muito mais desgastante.
Harry a perseguia com afinco. Estava em melhores condições do que Mulan, mas a neve escorregava sob seus pés da mesma maneira que sob os dela. Além disso, a chinesa ainda possuía um considerável vantagem à frente, embora Harry pudesse ver sua figura claramente, correndo montanha acima.
“Por que ela está fugindo?”, ele pensava entre uma escorregada e outra. “Isso não faz sentido”.
Motivado, ele apertou o passo.
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Mulan chegou à margem da floresta em dez minutos de corrida. Ela não podia olhar para trás para ver onde Harry estava. Caso contrário, estaria assinando o túmulo dele.
Ela parou, recostando-se em um tronco para recuperar o fôlego por alguns instantes. A floresta à frente se condensava, contendo toda a claridade da neve da montanha.
– MULAN! – ela escutou novamente, mais perto do que gostaria.
A chinesa correu pelas árvores, indo a esmo para qualquer direção. Precisava despistar Harry, não importava o que acontecesse. Aquela era sua prioridade.
Ela bateu em um ou dois troncos, tropeçoi, levantou-se e voltou a correr. Permaneceria assim por ainda muito tempo se, de repente, ao chegar a uma espécie de clareira, um campo de força gigantesco não tivesse eclodido do epicentro do espaço, erguendo seu corpo no ar e lançando-a de costas a um tronco espesso e duro.
Ela gemeu e ficou sem ar, incapaz de gritar de dor.
Quando seus olhos se abriram, à frente dela, o duende se manifestara. Ele caminhava em sua direção e estava furioso.
– O que acha que está fazendo?! – bradou. – Temos um trato.
Mulan não tinha forças para responder. Sua visão estava turva e ela começou a apagar.
– Não, não, não, nem pense nisso, meu bem! – o duende estalou os dedos e Mulan foi inundada por uma energia calorosa. Sua dor nas costelas cessou e a tontura passou. Subitamente, ela sentia-se melhor do que nunca. – Agora sim. – continuou a criatura. – Você está apta a realizar os serviços que me deve.
Mulan levantou-se do chão. O campo de força derretera a neve da clareira, restando apenas as folhas molhadas das árvores caídas no solo.
– Eu não posso lhe pagar essa dívida. – ela disse. – Eu imploro, peça-me qualquer outra coisa!
– Já tivemos essa conversa antes, queridinha... – ele balbuciou, cínico. – É isso o que eu quero, e não há mais nada que você possa fazer. Você vai colocar os olhos em Harry e vai matá-lo. Não há nada que você possa fazer quanto a isso.
Mulan colocou a mão no cabo de sua espada à sua cintura.
– Então não há o que fazer. – ela disse, imediatamente fazendo um movimento com uma velocidade descomunal para cima do duende.
A espada deslizou da bainha e cortava o ar certeira rumo ao pescoço da horrenda criatura. A arma, no entanto, travou a meros três centímetros da garganta de seu alvo.
Chocada e abalada pelo impacto da interrupção, Mulan cambaleou, recobrando o equilíbrio e desferindo outro golpe. Este, contudo, da mesma forma que o primeiro, foi interrompido a centímetros da vítima.
– Tsc, tsc, tsc... – falou o duende com uma careta de reprovação, observando o suor pingando do rosto de Mulan apesar do frio, devido ao esforço com que tentava quebrar a estranha barreira que a impedia de completar seu intento. – Você não pode, minha cara. Estou protegido. – magicamente, ao lado do duende, apareceu então o contrato selado entre ele e Mulan. – Você deu sua palavra, e não pode me ferir até finalizar o acordo. Está nos termos.
Mulan soltou um rugido de ódio e caiu para trás, liberando os membros tensionados.
– Não adianta chorar, minha cara... – falou o duende, escarnecendo dela. – Oh, olhe, acho que terei meu pagamento dentro de instantes... – ele terminou de repente, simultaneamente ao ruído de passos pisando nas folhas molhadas na clareira.
– Mulan! – Harry gritou, aproximando-se dela.
A chinesa, caída ao pé de um tronco, cobriu os olhos e escondeu o rosto. Harry correu até ela e, ao vê-la encolher-se, desembainhou a espada e virou-se para o duende, que estalou os dedos.
– Quem é você?! – disse Harry, empunhando a arma na direção da criatura. – O que fez com ela?! – Harry estava confuso, mas a cena lhe instigava à desconfiança daquele ser estranho e de pele brilhante.
– Eu?! – o duende riu. – Oh, meu caro, não se preocupe, eu não sou uma ameaça. Sou um velho amigo de Mulan... Pode perguntar para ela, sei que vai ter uma excelente resposta... – ele riu, dando um passo para a frente.
– Afaste-se! – Harry ordenou.
– Ok, ok, ok... – o duende estendeu as mãos, pedindo calma. – Para comprovar que eu não sou uma ameaça, vou me afastar calmamente de você. Um, dois, três... – ele começou a contar os passos, andando para o outro lado da clareira.
Harry manteve a arma erguida até o duende se afastar cerca de vinte metros. Depois, ainda olhando de frente para ele, abaixou-se e pôs a mão no ombro de Mulan.
– Mulan... O que está acontecendo?
Mulan abriu a boca para responder. Iria dizer a Harry que ela não poderia olhar para ele, caso contrário teria de matá-lo; dizer-lhe que saísse dali o mais rápido possível. Sua voz, no entanto, falhou.
E falhou outra vez.
Alarmada, a chinesa, trêmula, percebeu que sua garganta não produzia som algum. Olhando ainda para baixo, ela tentou gritar, sem sucesso. Lembrou-se, então, do estalar de dedos do duende no instante em que Harry adentrara a clareira.
O maldito a havia silenciado.
Agora não havia como avisar Harry do perigo que o espreitava. Para a criatura maquiavélica do outro lado da clareira, não poderia haver coisa melhor, principalmente quando seus planos começaram a funcionar.
Harry, preoucupado com a falta de uma resposta, desviou sua atenção para a chinesa.
– Mulan? Por que não responde?! O que está havendo? – o pobre rapaz estava angustiado. – Por que está se escondendo? Ele fez algo a seu rosto?
Ansioso por uma resposta, Harry puxou o rosto de Mulan.
– Olhe para, mim, querida! – ele disse. – Por favor! – seu tom era quase suplicante.
Mulan cerrou os olhos com muita força, tentando empurrar Harry para trás, enquanto ele segurava seu rosto e o virava para si.
– Mulan, olhe para mim, por favor! – ele pedia desesperadamente.
Mulan não conseguia se livrar do aperto. Não se recordava de Harry ser forte daquela maneira, mas, se ele realmente a amava, talvez estivesse retirando forças de seu sentimento.
Ela se preparou para empurrá-lo, mas não enxergar nada dificultava a ação. Encontrou o peito dele e forçou as duas mãos para frente, sentindo uma solidez que não imaginava que Harry poderia possuir. O movimento, todavia, foi em vão, e a força de Harry a trouxe para mais perto.
Ela se preparava para chutar-lhe entre as pernas quando ouviu. Na realidade, ela sentiu, mais do que ouviu.

O impacto nas costas de Harry ecoou até os ouvidos de Mulan. Instantaneamente, ela abriu os olhos, um suspiro de terror saindo de seus lábios. Ao olhar para Harry, os olhos do rapaz estavam estáticos e vidrados. Ela se afastou dele vagarosamente, e Harry caiu no chão, um pedaço de madeira  atravessado em suas costas.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Capítulo 71 - Mulan fugiu

Capítulo 71 – Mulan fugiu

Mulan esperou que o homem que acabara de entrar passasse para a sala lateral na qual se encontravam Harry, Louis e Taylor. Quando ele abriu a porta, ela virou o rosto para o lado.
A voz de Harry soou mais forte, apertando o coração da jovem como nunca. Uma lágrima escorreu pelos olhos dela, mas Mulan rapidamente a enxugou e retomou o controle de seus sentimentos.
“Você precisa sair daqui, Mulan.”, pensou. “Precisa sair e encontrar uma forma de deter aquele duende esquisito e idiota. Por Harry”.
Os pensamentos dela aumentaram-lhe a coragem e, assim que ela ouviu a porta do salão se fechar, virou-se novamente.
A chinesa observou os arredores: à sua direita, uma bela e ampla escadaria conduzia até o andar de baixo, diretamente para o piso da porta que a levaria de volta às montanhas.
Pé ante pé, ela desceu os degraus. Mais uma vez agradeceu por suas botas. Elas não produziam nenhum ruído sob o peso de seu corpo leve e esguio. A dor que sentia ainda era lancinante, mas ela era uma mulher forte e determinada, capaz de superá-la para enfrentar a ameaça daquele idiota pequeno e estranho.
Mulan finalmente chegou ao piso inferior. Ela tentou se apressar, mas a dor ainda era muito forte em seu abdome, de forma que o máximo que ela conseguiu foi trotar até a saída, mancando com uma das pernas.
Ela chegou à porta. Um gancho se projetava de cada parte da porta dupla, e ela logo fincou suas mãos nele, abafando um gemido de dor.
A chinesa percebeu que aquele seria um momento de grande provação. Com todas as suas forças, ela inclinou corpo para trás, e puxou o gancho da porta esquerda, muito mais pesada do que ela poderia imaginar, talvez porque de fato fosse pesada, talvez porque Mulan estivesse enfraquecida.
Ela lutou contra sua dor, mas não obteve sucesso, deixando-se cair e abraçando a si mesma. Mulan emitiu um pequeno gemido de dor e mais lágrimas brotaram de seus olhos.
“Você não pode desistir.”, ela pensou, depois de alguns segundos. “Não agora”.
Com dificuldade, ela se ergueu novamente e pegou no gancho outra vez.
“Vamos lá garota.”, tentou incentivar-se. “1... 2... 3!”.
E assim ela empreendeu toda a motivação de sua alma rumo àquele objetivo.
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Jack Frost entrou na sala onde estavam Harry, Taylor, Louis e Elsa.
– Oh, Jack! – Elsa falou, sorrindo para o marido. – Você voltou! – ela estava reluzente de felicidade. Rapidamente, correu até Jack e o abraçou calorosamente, por mais gelados que os dois inerentemente pudessem ser.
Louis sentiu um forte aperto em seu coração, lembrando-se de Eleanor. Harry sentiu-se da mesma forma, pensando em Mulan.
– Olá, querida... – falou calmamente Jack Frost, alisando os cabelos da esposa e beijando-lhe a testa. – Olá a todos vocês, também! – disse, dirigindo-se a todos os demais presentes. – Sou Jack Frost, senhor deste castelo ao lado de Elsa. É um prazer recebê-los em minha casa.
Taylor, Harry e Louis fizeram uma pequena reverência diante da lendária figura.
– É uma honra conhecê-lo, senhor Frost! – Louis falou com seriedade.
– Eu sempre esperava ansiosamente por sua vinda! Todos os anos! – alegrou-se príncipe Taylor, sorrindo e trazendo à tona sua criança interior.
– Eu sempre te odiei. – Harry falou simplesmente.
Louis deu uma forte cotovelada em Harry, que gritou de dor.
– Perdoe meu amigo, senhor Frost. – disse o cavaleiro gravemente. – Ele é um idiota.
Jack sorriu, apaziguando os ânimos.
– Não há com o que se preocupar. – disse ele. – Mas, diga-me, porque essa hostilidade quanto à minha pessoa? – perguntou a Harry, curioso em relação à resposta.
– Ah, você sabe... – Harry falou, esfregando as costelas e lançando uma carranca a Louis. – Você levava o inverno todas as vezes e eu ficava privado durante meses das curvas das jovens donzelas de meu vilarejo natal...
Louis deu um tapa em seu próprio rosto. Taylor suspirou. Jack e Elsa se entreolharam e riram, divertidos.
– Eu não gostaria de ser sua esposa nem em um milhão de anos. – Taylor comentou. – Como pretende conquistar Mulan dessa forma?
– Tenho meu charme natural e... – Harry começou, mas Jack o interrompeu.
– Quem é Mulan?
– Ah, querido... – Elsa explicou. – Esses jovens foram atacados pelos Yetis da montanha, juntamente com Gandalf e outra jovem chamada Mulan, que estão desacordados em um de nossos aposentos. Cuidei deles antes de descermos, mas a situação de ambos ainda é relativamente preocupante, principalmente a de Gandalf.
– Gandalf, nosso amigo mago Gandalf? – ele perguntou, incrédulo.
– Receio que sim, senhor Frost. – Louis falou, explicando em poucas palavras o que os levara a subir as montanhas geladas daquela região da Irlanda.
– Flack?! Vocês estão falando sério?! Horcruxes?! Quem poderia imaginar?!... Quantos ela deve ter matado... – até o próprio Jack Frost parecia surpreso e apreensivo. – Como não percebemos a presença dela, querida Elsa, bem debaixo de nossos narizes?!
– Ela deve ter criado algum novo feitiço de proteção. – conjecturou Elsa. – Afinal, sabe que estamos aqui e tem noção do poder que possuímos. Certamente foi bastante precavida.
– Ainda assim... – ele franziu o cenho. – Isso é muito estranho. Deveríamos ter sentido uma mágica das trevas forte como a dela.
– Está tudo bem, senhor Frost. – Taylor declarou. – Sua esposa deve estar certa.
– De fato... – Jack falou, mais para si mesmo que para os outros. De repente, pareceu despertar de seus devaneios. – Querida, porque não oferece uma xícara de chá à jovem Mulan?
– O quê? – Elsa franziu o cenho. – Ela estava repousando no quarto, querido. Deixei-a junto com Gandalf.
– Eu imaginei, mas é que há alguém na sala ao lado. Estou ouvindo seus passos pelo gelo. Pelo peso, imagino ser uma mulher pequena e esguia. Espere... Estou ouvindo mais... Ela está com dor... Está tentando abrir a porta que leva às montanhas.
– O quê? – Louis estranhou. – Porque ela faria isso?
– Óbvio! – Harry praticamente voou até a porta. – Ela está tentando nos encontrar. Mulan! – ele começou, animado, abrindo a porta dupla para o grande salão. – Essa é a porta errad...
Mas tudo o que ele viu foi a parte esquerda da porta aberta.
Um vento frio cortante entrava no grande salão pela abertura. Ao chão, neve invadia um pedaço do piso de gelo límpido e polido, e era possível ver pegadas deixadas recentemente na alvura do aglomerado de flocos de gelo.
Harry correu até a entrada e olhou para fora. Nevava muito, e as pegadas de Mulan fora da proteção do castelo estavam já encobertas devido às forças da natureza.
– Não! – ele gritou, desesperado, virando-se para Louis, Taylor e o casal Frost, que chegavam atrás dele. – Mulan fugiu!
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– Eu não acredito que estamos mesmo coletando moedas de ouro. – Liam estava pasmo. – Não é possível que essa baboseira toda de duende do pote de ouro seja verdade.
– Então como você explica toda essa trilha de moedas? – disse Niall, recolhendo a vigésima moeda e se embrenhando cada vez mais pelo caminho do bosque.
– Alguém deve estar tentando nos enganar! E se for obra de mais uma bruxa, Niall?!
– Não é. – disse o loiro. – Eu tenho certeza. Ei, olhe! Ali está mais uma! – o ferreiro correi até ela. – Aqui, Liam, segure-as, por favor. – disse, fazendo um pequeno saco com sua blusa de frio. – Pronto, pode colocá-las aqui agora.
– Niall, estamos nos afastando demais de Swift. – Liam olhou para trás. A mata se a adensava cada vez mais, e o fazendeiro não admitiria, mas perdera a noção de espaço, e não saberia mais voltar pelo caminho de onde viera.
– Liam, confie em mim. Eu sinto que... De alguma forma... Estamos indo até onde precisamos ir.
– Então porque não vemos nem mesmo pegadas? Porque apenas as moedas de ouro?
– E eu vou saber?! Fique quieto, está me desconcentrando. Já disse, confie em mim apenas uma vez na vida.
Liam fechou os olhos. Ele não gostava do que estavam fazendo, mas resolveu dar o voto de confiança ao amigo, que parecia ter recuperado o vigor perdido até poucos minutos atrás.
Niall analisava cada pedaço do chão com cuidado e cautela, de forma que não estava olhando para frente.
Foi exatamente por esse motivo que Liam viu aquilo primeiro.
– Niall...
– Espere, Liam! – disse o loiro, concentrando-se no chão. – Ah, aqui! Achei mais uma! – ele sorriu, correndo e pegando mais uma moeda.
– Niall...
– Liam, pare, por favor! – Niall percorreu o chão com os olhos mais uma vez. – Estou com a intuição muito forte, já disse!
– Niall!
– LIAM! QUER PARAR, POR FAVOR?! EU NÃO SOU ASSIM TÃO ESTÚPIDO! EU PRECISO... – ele respirou fundo. – Preciso de uma esperança! – falou, erguendo-se do chão e encarando o amigo com lágrimas nos olhos. – Se eu não encontrar o duende, eu... Eu me sentirei um inútil, idiota e incompetente completo. Por favor... – suplicou ao amigo, os olhos azuis marejados lutando para conter o fluxo de água.
Ao focalizar o rosto do amigo, porém, Niall ficou confuso.
– Eu acredito em você. – falou Liam, a expressão ligeiramente pálida e os olhos esbugalhados, olhando para algo além de Niall.
– O-o quê? – o ferreiro franziu o cenho, recompondo-se.
Como resposta, Liam apontou para a frente.
Niall virou seu rosto para trás, na direção apontada pelo dedo de Liam. E então seu queixo caiu.
A dez metros dos dois, as árvores do bosque se abriam numa clareira. Nela, a luz do sol iluminava uma pequena criatura flutuante que os observava, atraído pelos gritos de Niall.
Era uma criatura pequena, de orelhas pontudas e rosto quadrado com definições duras, que segurava uma espécie de vaso dourado em sua mão esquerda. Sua pele era cinza, dois dentes se projetavam de sua mandíbula inferior, e ele usava um chapéu verde, uma camiseta amarela com golas brancas, e uma calça verde-musgo até a cintura amarrada por um cinto marrom de fivela muito grossa. Quanto aos sapatos, faziam um pequeno caracol na ponta e também eram marrons.
Atrás da estranha figura, uma coisa branca e fofa planava muito próxima do chão. Do centro dela, uma faixa translúcida com sete cores diferentes se angulava para o alto e descrevia uma curva até se perder de vista no infinito do céu.
– Liam...

– Você encontrou, Niall! Você achou o duende do pote de ouro!


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Oi, gente, tudo bem?!
Depois de muito tempo, eu estou aqui pedindo desculpas a todas as minhas leitoras. Já estava planejando retomar meus escritos essas férias, pois estava em débito com todas as pessoas que acompanhavam minhas narrativas.
A vocês, minhas mais sinceras desculpas.
Pretendo definitivamente terminar a fanfic agora. A fic está bastante desatualizada com a relaidade, mas vou seguir com alguns de meus planos originais.
Gostaria de agradecer à Tália, que, mesmo com meus planos para retornar, foi crucial para me dar o empurrão de motivação necessário para que isso acontecesse.
Obrigada. :)
Espero que tenham gostado do capítulo e podem ficar ligadas, porque não vai demorar para ter mais!

Um beijão.